segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Flamengo 3×2 Fluminense – Bottinelli decidiu clássico dos times sem contra-ataque

dom, 09/10/11
por André Rocha |
No primeiro tempo do Fla-Flu no Engenhão, os times se igualaram taticamente: ambos atuaram no 4-3-1-2. O Fluminense, porém, foi mais encorpado, mesmo sem Fred, marcou à frente e pressionou um Flamengo esfacelado – sem Felipe, Aírton, Willians e Ronaldinho – e acuado pelas circunstâncias. O lento Maldonado não achou Deco e Marquinhos, que revezavam na articulação, e os laterais Mariano e Carlinhos levaram nítida vantagem sobre Júnior César e Léo Moura, o que obrigou Diego Maurício a voltar demais ajudando a marcação e Muralha a abrir pela direita para auxiliar no combate. Recuado, errando passes e sem opção para o contragolpe, o Fla praticamente não criou.
Equipes no 4-3-1-2. Flu mais agressivo, com apoio dos laterais e revezamento de Deco e Marquinho na ligação; Fla acuado e sem contragolpe pelo recuo de Diego Maurício.
O time de Abel voltou do intervalo ainda mais incisivo e apertou até abrir o placar com Sóbis – falha de Léo Moura na cobertura por dentro. Luxemburgo fez três mexidas praticamente simultâneas. Com Negueba, Jael e Botinelli nas vagas de Diego Maurício, Deivid e Maldonado, o Fla se repaginou num 4-2-3-1, com Bottinelli e Thiago Neves revezando no centro e à esquerda, e avançou suas linhas. Foi a vez do Flu perder força ofensiva pelo cansaço de Deco e a ausência de uma referência de velocidade no ataque – Sóbis não é este elemento, muito menos Rafael Moura.
Thiago Neves empatou, o Fla manteve a ocupação do campo de ataque e quase virou em três oportunidades em cinco minutos. Abel respondeu com substituições por atacado: entraram Martinuccio, Lanzini e Souza, saíram Sóbis, Deco e Diguinho. O desenho tático se manteve, mas o tricolor ficou mais rápido e aproveitou o recuo do adversário para passar à frente com o gol de cabeça de Lanzini aos 33 minutos.
Com as substituições, Fla passou a atuar no 4-2-3-1 com Bottinelli e Thiago Neves alternando no centro e à esquerda; Flu manteve o losango e, embora tenha ficado mais rápido na frente, abdicou do contragolpe no final.
Faltando menos de quinze minutos, a cautela do Flu era justificável. Assim como a ousadia um tanto suicida e desorganizada do time rubro-negro. Por um desses paradoxos que tornam o futebol apaixonante, o argentino Bottinelli – de atuação constrangedora contra o América-MG há duas rodadas, que parecia ter seu ciclo no clube praticamente encerrado e vacilou no combate a Souza no segundo tento do Flu – entrou em cena como improvável protagonista e decidiu o Fla-Flu com bela cobrança de falta e depois o chute forte no canto de Cavalieri.
O resultado não afasta o Flu da disputa da liderança ou do G-5, mas recoloca o Flamengo na rota do título. Em comum, apenas a necessidade de acertar a estratégia na administração do resultado favorável. Sem o contragolpe, o melhor talvez seja manter a posse de bola e seguir atacando. Para isso, é dever melhorar os passes: foram 85 erros do Fla e 71 do Flu, números parecidos se cruzados com a posse de bola (Fla 55% x 45% do Flu).
Quem fica entrincheirado dá chance ao imponderável. No Fla-Flu, ele atendeu pelo nome de Bottinelli.
[Sobre a polêmica arbitragem de Felipe Gomes da Silva, o blogueiro deixa sua opinião, que, obviamente, não tem a pretensão de ser a última palavra. Afinal a regra é clara, mas interpretativa: não pareceu intencional a cotovelada de Renato em Rafael Moura no final da primeira etapa; a entrada de Lanzini em Muralha foi normal, não houve infração; Jael fez falta em Marcio Rosário na área do Fla, mas houve lances semelhantes que também poderiam ter sido marcados a favor do Flamengo ao longo do jogo. Uma coisa é certa: as reclamações dos tricolores foram exageradas, desproporcionais para um time beneficiado em jogos recentes.]

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